segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

R. Samuel - Leitura de "Aparição do clown" de L. Ruas




PÁSSARO EM VÔO

Leitura de Aparição do clown de L. Ruas

[Publicado originalmente em "Leituras da Amazônia",

Universidade Stendhal-Grenoble / U. A. Ano 1, n. 1, abril-1998]


Rogel Samuel



Russell S. King, da University of Nottingham, escreveu um texto muito elucidativo para a compreensão de “Aparição do clown”: “The poet as clown: Variations on a theme in nineteenth-century French poetry” (Orbis Litterarum - International review of Literary Studies, Volume 33 Issue 3, Pages 238 – 252 Published Online: 1 Jun 2007).

O auto-retrato do artista com um clown foi um tema generalizado pelos pintores do Século Vinte, e este modo de se ver partiu dos poetas franceses do Século Dezenove.

Houve uma espécie de metonímica fusão do Pierrô com o Arlequim, o bobo da corte, o showman vagante, o palhaço de circo e o violista cigano.

Segundo o pesquisador, foi Théodore de Banville o primeiro que identificou o clown com o poeta, nas suas "Odes funambulesques", de 1857, na aspiração de idealizar a realidade, como um acrobata na corda bamba.

Depois vieram Baudelaire, Mallarmé, Laforgue, e mesmo o português Fernando Pessoa.

Marlarmé se via como um ator decadente, uma vítima. O clown de Verlaine expressava a ambiguidade e plasticidade da estética literária. Mallarmé, o "Le Pitre châtié". Laforgue via no clown o diletante frívolo, uma espécie de Hamlet que era também um dandy que fazia o papel de simplório. Pessoa, como se sabe, disse que "o poeta é um fingidor", isto é, um clown.

Todos esses poetas faziam da simbologia do clown a imagem do escritor como um fingidor, um ator que cinicamente enganava seu leitor e a sociedade de seu tempo, numa manifestação contra o realismo da realidade de seu tempo.




A primeira parte de Aparição do clown se chama descoberta:

foi no tempo do luar pois não existe sol
no velho parque - tempo não maduro
que encontrei o sempiterno clown,
queria ver-lhe a face. e sua face
era imenso lago azul parado
onde a lua se repetia. lua.

Foi o seu primeiro e mais importante livro, publicado em Manaus por Sérgio Cardoso Editores em 1958. Quarenta anos depois sai uma segunda edição (Manaus, Editora Valer, 1998, infelizmente sem a "Interpretação do clown"de André Araujo, mas acrescida de prefácio de Carlos Eduardo Gonçalves e estudo de Tenório Telles).
Ruas nasceu em Manaus em 1931, com 11 anos entra no seminário (em Fortaleza e Rio de Janeiro), depois volta para Manaus onde era "pároclo, professor, jornalista, crítico de cinema e poeta" (Gonçalves). Principalmente foi ele um dos maiores poetas deste Brasil e um dos mais desconhecidos. (Utilizamos aqui a 1a edição).
O mito que nasce da descoberta é o de Narciso. E o de Eros e Psiquê. A descoberta do clown é a descoberta de si. O ver-se no espelho da face do outro levanta desde logo a questão reflexa do igual, que se recolhe no lago. O corpo do outro recolhe o meu mesmo transformar-se, o seu corpo de barro, seu corpo de estrelas, entre o céu e o chão se fundem o alegre riso e o triste pranto. O tempo é de metamorfose no lago da lua, tempo mítico do luar. E a referência é da Metamorfose de Ovídio, mas com a lua cheia e o lago espelho da face onde o palhaço aparece: um anti-Narciso. Seu corpo é de um demônio, um sedutor demônio, corpo de chafariz (de esperma) e de terra (de barro). A feminidade pansexual do velho clown se contagia da "boneca" que ele beija:


apenas vi o velho clown beijando
uma boneca. e beijando-a chorava
e ria ao mesmo tempo que
o destino dos palhaços é fundir
à luz da lua o alegre riso e o triste pranto.



E não há sol, mas penumbra e máscara ao luar onde pouco se pode ver e saber:

e vendo ser inútil o meu esforço
de descobrir integralmente o clown
eu suplicante lhe falei assim

É a segunda parte do poema aquilo que ele fala e que se chama discurso. E o discurso se resume numa pergunta: "Quem és?", ou "O que és?" Nesse discurso também se encontram todas as principais pistas do poema, suas proposições. Canta, ó musa, o clown esbandalhado, cansado e velho, mas poderoso e eterno. Ou mesmo, em lugar de "canta", temos por antítese "faz mistério", o que é o seu propósito, esconder, esconder-se aos quatro ventos. Mas o texto diz: "canta a tua ideologia".
Mas o que isto significa? O que significa dizer "que és?"
Diz Foucault, n'A vontade de saber, que desde a Idade Média as sociedades ocidentais colocaram a confissão entre seus mais importantes rituais para a produção da verdade. Há o desenvolvimento das técnicas da confissão, o métodos interrogatórios e de inquérito, a instauração dos tribunais tudo contribui para dar à confissão um papel central, a confissão da verdade na medicina, na justiça, na pedagogia, nas relações familiares, nas relações amorosas, - confessam-se crimes, pecados, desejos, pensamentos, sonhos, doenças, em público, em particular, aos pais, aos educadores, ao médico, a si próprio, confessa-se ou se é forçado a confessar sob tortura, e tudo isso produz relatos, livros, a literatura, sob a égide do: "diga a verdade" um Presidente norte-americano se viu arguído - pois a confissão se desenrola numa relação de poder, poder que intervém, impõe, avalia, julga, pune, perdoa, consola, um ritual em que a verdade é extorquida em espetáculo.
Mas como neste clown tudo é falso, a verdade se mascara de mentira, assim como o amor, que se dá num teatro:


a bailarina lhe disse chorando - eu te amo.
ele riu. palmas. a cortina cerrou-se


E todos comem o espetáculo. Consomem-no, "carne de elefante néctar de bonina alma de passarinho".
Não são espectadores, são cientistas: como "cientista da vida" é este clown. Como "anormal", o velho palhaço é inocência e maldade:


de onde vens palhaço? quê nos queres dizer?
fala que te espiamos cientista da vida
tu gargalhas no palco o que choramos na vida
......................................................................
sou criança que não aprendi ainda
o que é o belo e o feio
o pranto e a galhofa.
o que é ser e o que é não ser.
pois tu és homem palhaço tu és homem.




O centro temático do poema é este: "tu és verdadeiramente homem", e "honra e vergonha":


auréola de arcanjo
tu és verdadeiramente homem
pois tu somente revelas o segredo
honra e vergonha
que todos ocultamos



E assim se constituía, como viu Foucault, a ciência que se apoiava nos rituais da confissão e em seus conteúdos confessos, desavergonhados ou sob tortura, ciência que era uma extorsão múltipla e cujo objeto era o inconfessável, o escândalo, e é a partir daí que se constituem as ciências do sujeito, através da codificação do "fazer falar" (depois fotografar), através do interrogatório cerrado, onde havia o dever de dizer tudo e para todos (a confissão do Presidente na Internet), qualquer acidente, qualquer desvio, qualquer excesso - isto é: qualquer prazer, cujas consequências são as mais variadas, é preciso arrancar a verdade em nome da decência - e é justamente naquilo que o sujeito gostaria de esconder que se encontra o seu núcleo que tem de ser extraído à força, porque ele se esconde:


quem já viu a tua face
tua única face?
................................
todos riem somente da face mentirosa



E súbito uma heresia! O clown é a personificação do Cristo:


todos riem somente da face mentirosa
da escandalosa face que nos ofereces
dizendo que é vinho
todos beberiam porém teu sangue
seiva das árvores água dos rios lama das sargetas
e comeriam tua carne que não ofereces.
carne de elefante néctar de bonina alma de passarinho.



Mas a face engana, a máscara é vazia: atrás da face nada se esconde, a máscara oca, entre o sentido e o subjacente a máscara ri, ou melhor, faz rir: "onde está tua face palhaço onde? / além do além do horizonte / nas nuvens ou atrás da máscara?" A máscara, já se sabe, não é inútil para quem a usa. Nem inócua. A máscara é a face que a usa. E o discurso continua, "sombra de sonho".
E a máscara o convida para dançar. Ela é o inferno de si em ser o menino, "mito de farsa e de verdade".
A outra é a resposta, a Terceira Parte do poema. Que diz: "não sei", "nada sei". Apenas podemos ver as sombras sem ver a luz, como na Caverna. E aqui se encontra o magnífico verso maldito: "ser livre em essência é ser cativo".
A Quarta Parte, um aviso diz para "deixar o pássaro voar", pois a "a ilusão é mais mortífera que a desesperança". Conta que não adianta amar - o pássaro sempre voará, nunca será possível aprisionar o seu amor, e o que é aprisionado não é amor. A Quinta Parte se chama romance e aqui temos três elementos conjugados: o ar, o fogo e a água: o pássaro, a estrela e o peixe. A feminidade da água, e a masculinidade do peixe: o pássaro que devora a estrela que estava sendo devorada por um peixe. Pois o clown é dito que nasce aqui, o clown nasce da estrela, e ele, em vez de gênio, de arte, de poesia e de flor ele nasce como palhaço, palhaço dos homens. Na Sexta Parte começa o seu martírio: Prometeu que não morre, apesar de continuamente devorado vivo ("o amor nos prende e nos tortura, mas não mata"). Mas, nesse momento, seu ouve uma canção, a Sétima Parte de Aparição do clown. É uma canção de amor sem amado:


eu cantei uma canção
baixinho ao meu amado
- "não chores pequenino
não chores que eu te amo"-


eu andei por longas ruas
e por cidades perdidas
em busca do meu amor


Por isso o poeta empreende a viagem, a Oitava Parte. Viagem que não sai da praia. Em busca de si mesmo, ou seja, de seu amor perdido e mesmo desconhecido em si mesmo. Não sei, ele como que diz, não sei quem sou como objeto nem onde está o meu objeto. Ou melhor: não sei quem é o ser objetivo, a objetivação do sujeito que me constitui como sujeito e que me deu o meu signo de ser. O ser que me constitui desapareceu, e eu sujeito começo a me perder, começo a perder o sentido, deletando-me aos poucos. Não é Deus que me dá o signo, mas meu amor, meu objeto de amor que é igual a mim na face de espelho do lago da lua, a crueldade do espelho de Narciso não é se amar a si, mas sim só encontrar o objeto amado sob a pele das águas no reflexo espelho de seu lago, ou seja, tomar-se a si como outro, como se amo no outro que não tem, nem o outro, na alteridade de si mesmo, nem a si mesmo, na duplicação do que é, perde-se no mesmo. O texto, não só revela perdição, perversão, mas heresia. Dizer que há seres individuais significa dizer que são para-si - que se amam e se desejam na reciprocidade do lago. Para-si significa o retorno à unidade, a negação do outro como outro para a fusão do igual.


o mar é muito vasto e fera enraivecida
já engoliu noivos e pescadores
(...)
não procures no mar no bulício das vagas
a sombra do teu amor


A criança da praia lhe pede: "canta uma canção ao teu amor", ao que ele responde: "como cantarei cantos de amor nesta solidão? / os cantos nascem apenas da união / do brilho da estrela com o ritmo do vôo". E a criança canta uma apóstrofe, a Nona Parte, um soneto:


em vão hás de buscar pássaro triste
buscando o fruto verde não sepulto
nas praias naufragadas onde existe
a concha nacarada - peixe inculto

além de tuas patas espalmadas
o mar é brisa calma e mata bruta
as asas que se abrem limitadas
mergulham sem tocar na doce fruta

em curvas linhas retas canto e arte
te vejo entre o céu e o barro forte
comendo espaço e tempo sul e norte

buscando em vão o fruto que te farte.
quem sabe? pode ser que noutros mares
sacies teu desejo. é bom tentares



Então, na Décima Parte, o mar se abre e um dragão surge daquelas águas, o dragão e a flor. Durante a leitura de todo o poema se lê um pássaro que persegue uma estrela, como o diálogo entre a terra e o céu (como o inacessível amor, a grandeza e sublimidade do amado inatingível, como um deus). Agora, de um terceiro elemento sai o monstro que é ao mesmo tempo personificação das águas e dos seus semas femininos, como também do fogo. Terra, ar, água, céu, fogo. Se, como já se disse, houve até quem se afogasse num espelho, agora, do mar sai o dragão de si mesmo, pois o olho, que tudo vê, não se vê como dragão, o dragão do visto no visível se precipita num paradoxo da imaginação - eu não sou o outro porque nada sou no espelho das águas. O outro, que me vê, meu reflexo, surge como um dragão porque não posso sê-lo, ou melhor, não posso amá-lo - o outro é entretanto meu objeto (e sujeito de mim), o objeto é o que me impede de perder-me na vastidão do mar do sem sentido, nos sem limites do espaço do não/nada ser. Somos, eu e eu-mesmo no outro, limitados pelas dimensões significativas do espelho das águas, das águas e do nosso desejo, pelas fímbrias dos nossos seres ali confrontados. Como ser algo além da máscara? Como deixar de me confrontar com meu próprio ser se me olho no espelho das águas mascarado de palhaço de mim mesmo? No poema de L. Ruas, a aparição do clown significa aparição do monstro mascarado, da máscara monstruosa, da face da máscara do ser atrás da qual nada há: somos a máscara que nos veste, a aparência é, em si mesma, a essência, aparência que vem e ameaça quando o lago se torna o mar e o espelho do outro se personifica. É de lá, de dentro deste mar/espelho onde eu posso me ver e me afogar que nasce o dragão que me ameaça, ou seja, eu me ameaço com um dragão, eu somatizo um dragão interno que me ameaça, dragão que sai do meu peito ou das dobras de minha noite, do meu inconsciente despertar. E eu, "self made" dragão da minha interna maldade, das ruínas de mim, da arqueologia de mim ameaçando a mim mesmo... com seu amor!

uivava o mar qual leão acorrentado
sob o peso imponderável do amor
do dragão que perseguia a flor.


Ora, o amor escapa pelo pássaro para a estrela. O amor de granito, de chumbo, decola. Mas tudo se dá neste teatro assumido e de papel crepom, onde tudo é falso, o amor, a boneca, a máscara, tudo é uma farsa desempenhada no picadeiro pelo clown. O que se diz no poema é: toda grandeza cai em pedaços, tudo o que é sublime é torpe nesse picadeiro-vida - estamos todos nos vendo nas dolências de mulher da flor das flores - "oh, as flores perdidas para sempre / nos longínquos perfumes ressequidos" - e subsistimos em desgraça, na sordidez da nossa solidão.
O dragão vem anunciar que "Vênus está extinta", que o amor deixou de ser possível. Mas na praia havia uma criança que fabricava uma espada que lhe cortava a mão, espada essa para matar o cordeiro que seria servido no banquete do encontro da estrela com o pássaro - tudo muito teatral: "então a criança correu para meus braços / gritando - "não deixes o dragão me seduzir".


- que posso fazer criança que não sou
poderei salvar por acaso o eterno jogo
se habitas a praia sem dimensões
sem sol e sem luar?
por que me buscas se possues a espada
e mãos de sonho e olhos de rubi?
sou apenas sopro vento vaidade nada
pó perfume cor sonoridade luz.
que mistério é este que sugeres
tentando penetrar nestas entranhas
fecundadas pelo canto do pássaro ferido?
então o mar partiu-se lado a lado
como um véu por invisíveis mãos rasgado
e engoliu o dragão.



Segue-se um prelúdio, o prelúdio da Décima-primeira Parte, que poderia iniciar o poema todo


quatro cavalos passaram galopando
em asas de águias sustentados
relinchando como se fosse trombetas sua voz
ou ribombar de trovões enlouquecidos
olhei. estava só na praia. o mar quieto.
uma brisa dançava sobre as ondas
o prelúdio que chopin tocava soluçando.
depois vieram ninfas volitando
ao som de músicas ligeiras.
sumiram-se depois nas gotas do orvalho.
oh. a crosta espessa das palavras
que mal revelam o fulcro luminoso
da consciência do mistério vislumbrado.
quem está cantando perguntei?
rosas?
quem está cantando é o coro dos palhaços.


De que é o coral da Décima Segunda parte senão dos palhaços que dizem: "aguardai no amor / que o pássaro virá". Ao que a nênia da parte seguinte contradiz: se o pássaro não vier será a noite silenciosa, a morta noite e deserta onde "inutilmente serás". A ressurreição do baile é Décima Quarta Parte, quando o pássaro está chegando e tudo renasce, recomeça, ressuscita. Mas no retorno da Décima Quinta Parte se diz que quem retorna não é o pássaro, mas um fantasma, um anjo indiferente. Quem é esse anjo, pergunta:

quem sou? rosa anjo fagulha do inferno
semi-deus apenas gesto luz ou noite

mas nada diz do que é - ele é o amor morto do universo, o homem-mulher do positivo-negativo que move o universo mas morto, o amor está morto, é um fantasma, já se viu, ele era o fantasma dos amantes, tresloucado, que só vive nas sombras e nos sonhos: "é sombra seu império. / não trevas. mas a luz azul / que não é dia não é noite. / é luar". Aos palhaços não é dado amar, e o amor para eles são asas, somente isso: angústia "de fugir ao destino das raízes", asas de desespero, de nijinski, de ícaro, de barro, de seta, de voejos e de volutas, de anjos querubins de touros assírios de custódia de calcanhares de mercúrio de papel crepom de anjinhos meninas de procissões de avião de queda.
O fantasma é a Musa.
Mas os guizos pendentes de seus dedos dizem que ele é o clown. Ele é o Mito, o Enigma, a Linguagem. Seu corpo de feno e de melodia é o corpo amado dos quatro elementos, o motor e a paz - o sonho, a poesia a beleza o despertar a sede o que palpitante existe em nós a vida.
E ele se foi.
Deixou o seu legado, a Décima-sexta Parte. Estranho, triste e simbólico legado: deixou-nos as asas (de belzebu, de pés de bailarina, panos leves, gazes, gestos dos braços, fadas bruxas borboletas garças abelhas plumas arcanjos pássaros selvagens em bando asas de águia e asas quietas pousadas em silêncio).
O poema termina, a penúltima parte chama-se doutrina, a doutrina de ser caminhante, marinheiro, errante, sem cessar, sem ver o sol (apenas o luar / e a luz indecisa das estrelas), peregrino sempre, ave sem poder voar, clown de ser/não ser shakespeariano.
O poema termina, sim, é a despedida, a última parte:

e o velho clown partiu beijando ainda
o brinquedo que a criança abandonara
no velho palco parque ou tempo sem memória

ROGEL SAMUEL é Doutor em Letras e Prof. Aposentado da Pós-graduação da Faculdade de Letras da UFRJ. Autor de vários artigos e livros, dentre os quais o Novo manual de teoria literária. Petrópolis, Vozes, 6a edição.

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